
25/11/06 PORTUGAL: Canções da Minha Vida: Assis Ferreira
Na intimidade com as estrelas
Já lhe pediram uvas sem grainhas e rituais de macumba. O homem forte do Casino Estoril já viveu histórias que nem a imaginação consegue inventar. Dos artistas que já conheceu guarda especial recordação de Tony Bennett e Ray Charles. Má memória só mesmo de Elton John. O resto são amigos.
A primeira vez que trouxe Tony Bennett ao Casino Estoril (e a Portugal), Assis Ferreira levou-o a almoçar sardinhas assadas. “A brincar trauteei o ‘I Left My Heart In San Francisco’ tentando empostar a voz à Nat King Cole”, conta o presidente do Conselho de Administração da Estoril-Sol.
“Ele achou tanta piada que resolvemos cantar em duo a canção até ao final, fazendo ele a segunda voz. No fim, os clientes do restaurante aplaudiram e o dono não me deixou pagar a conta”, recorda. “Foi a oportunidade de ficar amigo de alguém que o próprio Frank Sinatra reconheceu ser o único ‘crooner’ que cantava melhor do que ele.”
Do tímido Woody Allen, ao reservado Art Garfunkel, passando por Liza Minnelli, Shirley Bassey, Ray Charles ou Roberto Carlos, Assis Ferreira guarda de todos quantos passaram pelo Casino Estoril histórias que davam para escrever um livro.
“Já vivi quase todos os episódios que a imaginação dificilmente conseguiria inventar: desde exigências de champanhe Christal morno, a uvas sem grainhas, passando por máquinas de ‘flippers’ no camarim, até rituais de macumba com imolação de galinhas pretas e flagrantes de paixões incandescentes vividas atrás da cortina.”
Nascido em 1944, o contacto de Mário Assis Ferreira com a música começou inevitavelmente como o de qualquer criança, através das músicas infantis. “A primeira memória musical que guardo remonta ao ‘Fui ao Jardim da Celeste, giroflé, giroflá’, tema, aliás, incansavelmente cantado pela minha saudosa mãe a quem o destino conferiu tão generosos dotes, com excepção de bom ouvido e de uma afinação vocal minimamente aceitável. Contava-me ela mais tarde, com o seu proverbial sentido de humor, que assim que eu comecei a falar o primeiro apelo que lhe dirigi foi o de não cantar mais, pelo menos aquela música ”
Foi, contudo, com a adolescência, que o gestor mergulhou mais profundamente no mundo da música, nomeadamente com o grupo ‘Quinteto Académico’ que ajudou a fundar e onde era vocalista e tocava guitarra eléctrica. “Se tivesse de evocar esses tempos, os temas incontornáveis seriam ‘The White Shade of Pale’, ‘I Can Get No Satisfaction’, ‘Yesterday’, ‘Reach Out I’ll Be There’, ‘Winchester Cathedral’ e, – sei lá – tantos outros ”
Diplomado com o curso de Gestão de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, Assis Ferreira viveu oito anos no Brasil e na roda de grandes músicos de quem ficou amigo recorda o grande António Carlos Jobim. “Jantáva-mos quase sempre às sextas-feiras, na Churrascaria Plataforma, no Leblon, de onde seguíamos para a sua casa, na Gávea, com uma soberba vista sobre a Lagoa Rodrigo de Freitas e Ipanema”, recorda. “Sentava-se ao piano e eu, quando me sentia mais afoito, tentava acompanhá-lo à viola, com o Luis Athayde a ajudar e a Nara Leão a cantar.” Uma memória que nunca mais esqueceu.
“Tocar a ‘Garota de Ipanema’ em parceria com o seu genial autor, vislumbrando, ao longe, a rua e o bar de Ipanema, por onde tinha passado a tal garota que o inspirou, é, ainda hoje, uma recordação que me comove ”
Foi o Casino-Estoril que lhe proporcionaria mais tarde o contacto com outros nomes. O
número de espectáculos a que já assistiu são quase incontáveis. “Talvez milhares”, afiança. Entre as figuras que guarda no seu álbum de memórias, Ray Charles merece um lugar especial.
“O seu primeiro concerto no Casino Estoril – e em Portugal – foi marcado por um acidente no trem de aterragem do avião que o transportou de Cannes para o Estoril – e obrigou a um inevitável atraso no início do concerto”, começa por contar o presidente da Estoril-Sol. “Alterando o roteiro normal dos seus concertos, Ray Charles entrou guiado em palco, no seu andar cambaleante, e ‘Georgia on My Mind’ foi o primeiro, em vez do último, dos temas que interpretou. E foi de tal modo empolgante a sua actuação que, findo o concerto, foi obrigado a fazer quatro ‘encores’ e, no último, repetiu ‘Georgia on My Mind’, em solo, numa versão cuja recordação ainda hoje me arrepia.”
Más lembranças só mesmo de Elton John que, recorde-se, abandonou o espectáculo em cima da hora com o público à porta do Salão Preto e Prata. “Foi o artista masculino que mais me marcou negativamente. Uma total ausência de responsabilidade profissional.”
Apaixonado pela música portuguesa, nomeadamente por Amália, Carlos do Carmo, Mariza, Rui Veloso ou Jorge Palma, não esconde que há um nome estrangeiro que gostaria de ver um dia no Casino Estoril: “Sem dúvida, Barbra Streisand.”
‘YESTERDAY’ (BEATLES)
“Os meus tempos de adolescência confundem-se com uma fase de profunda imersão no mundo da música e com o período áureo do ‘Quinteto Académico’ que fundei, onde tocava guitarra eléctrica e era um dos vocalistas. Se tivesse de evocar esses tempos, os temas incontornáveis seriam ‘I Can Get No Satisfaction’ ou ‘Yesterday’.
‘GEORGIA ON MY MIND’ (RAY CHARLES)
“Talvez um dos mais inesquecíveis temas de sempre, na interpretação de Ray Charles. Na sua actuação no Casino Estoril, foi obrigado a fazer quatro ‘encores’ e, no último, repetiu ‘Georgia on My Mind’, em solo, numa versão que ainda hoje me arrepia.”
‘GOLDFINGER’ (SHIRLEY BASSEY)
“Este foi sem dúvida um tema que marcou uma fase de viragem da minha vida e que consagrou a estética musical de um dos mais famosos filmes do ciclo 007/James Bond”, conta Assis Ferreira. “No concerto de Shirley Bassey, no Casino Estoril, ‘Goldfinger’ foi, inevitavelmente, um dos temas que eu lhe pedi que cantasse e que ela, generosamente, me dedicou”.
‘NEW YORK NEW YORK’ (LIZA MINNELLI)
“Um dos meus temas favoritos, no seu arranjo original interpretado pela Liza Minnelli. Quando a trouxe ao Casino Estoril e Casino da Póvoa foi um dos temas que lhe pedi para cantar e com o qual ela encerrou os dois concertos.”
Fonte: Correio da Manhã
Miguel Azevedo
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