O presidente da Amorim Turismo e da associação dos casinos diz que o jogo online não devia ter impostos mais baixos que os casinos.
O Dinheiro Vivo falou com Jorge Armindo, presidente da Amorim Turismo e da Associação Portuguesa de Casinos (APC). Foi na terça-feira passada, por ocasião da tomada de posse da nova direção da Confederação do Turismo Português (CTP), da qual o gestor faz parte por via do cargo que desempenha na APC.
Tem ideia do impacto que a nova legislação do jogo online pode ter nos casinos?
Estamos a analisar o assunto. Vai haver uma reunião da associação, mas é claro que estamos sujeitos a alguma quebra nas receitas. Quando a legislação entrar em pleno ela pode trazer consequências desagradáveis para os casinos. Mas o fundamental aqui é a situação de inequidade que se criou com esta legislação.
Porquê?
Porque os impostos que o jogo online vai pagar são bastantes inferiores ao dos casinos para o mesmo tipo de jogo. Temos de estar preocupados com o facto de haver uma diferença fiscal entre os casinos e os mesmos jogos que existem online. Pensamos que isso devia ter sido acautelado.
E não foi?
Nós não somos contra o jogo online, somos até favoráveis a que tenha havido um regulamento e uma legalização, agora a forma como foi feito não teve em conta aquilo que eram os direitos dos casinos nem a opinião que foi dada ao Governo durante o processo de consulta pública. Nós não fomos atendidos.
Mas acha que o jogo online devia ter impostos mais altos?
Não. Acho que os casinos deviam pagar menos, que os casinos e o jogo online deviam ser tratados da mesma forma. O que está em causa não é atacar a taxa do jogo online, mas dizer que está a haver um tratamento que não contempla a fiscalidade dos casinos que é muito pesada, mesmo a nível europeu.
Como é que correu o primeiro trimestre deste ano nos casinos?
Tal como já tinha acontecido no trimestre anterior, ou seja, no último do ano passado, nota-se que nos casinos em geral não tem havido queda nas receitas e até se estima um crescimento ligeiro. Aliás, a média entre casinos trouxe alguma expectativa de melhoria, mas não é uma certeza, é só uma expectativa. Agora, com esta situação do jogo online é natural que esta tendência de estabilização e de eventual crescimento seja prejudicada.
O facto de o país estar a receber mais turistas não ajudou os casinos?
Não. Infelizmente não é fácil levar os turistas aos casinos. Não é Las Vegas ou Macau.
E ajudou a Amorim Turismo?
Há uma entrada grande de turistas, mas depende dos segmentos e das geografias. Lisboa está extraordinária, mas a repartição dessa grande entrada de turistas não é igual em todas as regiões e o nível de consumo também não é o mesmo. Mas temos de estar otimistas quanto ao futuro.
Há poucos turistas de quatro e cinco estrelas, ou seja, mais para o segmento da Amorim Turismo?
É mais por haver hoje vários tipos de oferta onde os turistas se podem instalar com qualidade, como os hostels ou o alojamento local que agora também está a ser regulamentado e precisa de ser bem regulamentado. Mas tudo isto é oferta turística e temos de encarar isto positivamente. Tenho boas expectativas de que as coisas estão mesmo num caminho de melhoria.
A Amorim desenvolveu ou está a desenvolver projetos lá fora para compensar os maus anos em Portugal?
Não. Estamos a fazer a gestão de hotéis em Angola, mas apenas a gestão, e por agora não queremos fazer isso em mais lado nenhum. Temos de consolidar primeiro o projeto em Portugal.
Fonte: Dinheiro Vivo
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