O representante do Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos do Turismo de Portugal Paulo Lopes disse hoje que recebe pedidos diários de uma a duas pessoas a solicitarem ser proibidas de entrar nos casinos.
“Recebo uma média de um ou dois jogadores por dia a pedir para os proibir de entrarem nos casinos”, informou Paulo Lopes, durante a sua intervenção nas IV Jornadas de Turismo da Escola Profissional de Matosinhos (EPROMAT), que para a edição deste ano destacou o tema ‘Jogo e Turismo’.
O representante do Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos do Turismo de Portugal lembrou, falando para uma plateia de jovens estudantes de turismo, entre os 15 e os 20 anos de idade, que o jogo tem o seu “lado positivo e glamoroso”, mas tem também um lado negativo, destacando que existem muitos dramas relacionados com o vício do jogo.
“Chamo a atenção para que o jogo tem aspetos positivos e negativos. Não se deslumbrem. O azar está lá e se tiverem de jogar, joguem de forma ponderada e responsável”, apelou Paulo Lopes.
Na sua intervenção, Paulo Lopes também admitiu que mais importante do que liberalizar o jogo como o póquer, por exemplo, é “estabelecer regras”.
“Naturalmente, as coisas têm de evoluir”, disse Paulo Lopes, considerando que no caso do póquer e dos torneios, uma das soluções poderia passar “pela disponibilização de canais restritos e pagos para passar os torneios de póquer nos casinos” à população interessada.
“É preciso desmistificar os torneios de póquer, mas não podemos esquecer o resto, porque há um lado muito pouco positivo aliado ao jogo e todos os dias recebo pedidos de pessoas que têm a vida desfeita”, afirmou Paulo Lopes, voltando ao tema do vício do jogo.
“Não temos tradição de sermos um destino de jogo. (…) Mas o investimento em turismo de jogo seria uma decisão politicamente difícil de sustentar, mas não será uma das prioridades”.
A legislação que está em vigor é de 1989 e ainda liga o jogo à vertente turística e à canalização das verbas do jogo para o turismo.
No Orçamento do Estado, o jogo tem um grande peso na decisão da aplicação das verbas do jogo para o turismo.
O valor do volume de jogo de 2015 cifrou-se na ordem dos 1.400 milhões de euros nos casinos e bingos, ficando de fora o jogo ‘online’, contou Paulo Lopes, acrescentando que a verba gerada foi de “perto de 300 milhões de euros”, sendo parte delas canalizadas para o Turismo de Portugal, câmaras e outras entidades públicas.
As IV Jornadas de Turismo da EPROMAT decorreram hoje em Matosinhos, distrito do Porto, e dois dos temas em destaque no evento foram relacionadas com o “desenvolvimento do turismo com a liberalização do jogo”.
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