23/04/06 PORTUGAL: A pseudo economia dos casinos
Quando se fizer a história da inauguração do recém aberto Casino Lisboa, poucos farão referência à situação económica em que o país se encontrava.
Aos olhos do cidadão comum, não passam despercebidas as contradições da actual conjuntura: cerca de meio milhão de desempregados, fruto do encerramento de empresas que não se adaptaram à modernidade e não conseguiram uma produção competitiva; alegado excesso de funcionários públicos e peso incomportável da dívida do Estado; necessidade de grandes investimentos na educação, formação profissional e nas novas tecnologias; urgência na captação de investimento externo para indústrias de ponta que dêem emprego sobretudo a jovens desempregados licenciados…enfim, modernização do tecido produtivo nacional para que o processo de desenvolvimento seja mais dinâmico, socialmente mais justo e abranja, transversalmente, todo o país.
A abertura do Casino Lisboa, por onde irão passar, diariamente, cerca de 6 mil pessoas, representou um espectáculo digno de um país das arábias e passou uma esponja por todas as análises económicas da OCDE, do FMI, do Banco de Portugal e dos próprios governantes. Quem ouviu o magnata chinês Stanley Hoo anunciar que a arrecadação de impostos nos casinos de Macau, permitirá financiar toda a educação naquele território nos próximos 15 anos, apercebeu-se das somas astronómicas encaixadas por aquelas fábricas.
Está, portanto, ali, junto ao Parque das Nações, a solução para todos os nossos males!… Para quê atrair capitais estrangeiros para novos investimentos, se Portugal pode assentar a sua economia no jogo?…
A solução é, pois, instalar mais casinos, colocando-os, estrategicamente, de norte a sul e no interior do país. Assim, os portugueses, jogando e divertindo-se nos casinos, pagarão impostos indirectos e cumprirão, alegremente e sem protestar, as suas obrigações fiscais. O défice das contas públicas será, rapidamente, ultrapassado até porque nas caixas do Multibanco das salas de jogo, pode-se levantar dinheiro, sem quaisquer restrições.
A receita macaense, deverá também ser adaptada aos Açores, quanto antes! pois nestas ilhas a dívida da saúde está a tomar proporções exageradas. E para que ninguém seja impedido de pagar impostos, beneficiando, simultaneamente, da possibilidade de jack-pots, as máquinas deverão ser instaladas em tabernas, cafés, casas do povo, salões e bombas de gasolina, para o capital circular com maior abundância! …
Não é verdade que os bancos – todos eles – têm lucros altíssimos, apesar de os juros estarem tão baixos? Então? Por que espera o Governo para tomar medidas certas e adequadas para resolver, de uma vez por todas, o défice?
O que está a dar é o dinheiro, a bolsa, os casinos…
Preparem-se, no entanto, os médicos e os hospitais para atenderem aos novos doentes viciados no jogo. Com tantos frequentadores de casinos, pode suceder que tenhamos de construir novos hospitais psiquiátricos. Quando isso acontecer, já cá não estará, certamente, o Sr. Stanley Hoo para lhe atirarmos à cara que os jogos de azar, que alimentam a ganância e riqueza de uns poucos, sustentam-se, afinal, com o fracasso e a infelicidade de muitos…
Fonte: José Gabriel Ávila
Diário dos Açores
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The Remote Gambling Observatory aggregates transparent and credible information on the licensed operators in the various jurisdictions of the European Union, monitoring their policies for responsible gambling by internationally recognized and scientifically validated standards.
Through the indicators and dimensions of analysis that make up those standards, the Observatory allows an, independent and accurate, assessment of the operators, with regard to its security policies and consumer protectionin several domains.
On the way to a european gambling market regulation, the transparency and accuracy of responsible gambling data disclosed to the public, represents a clear contribution of licensed operators for a reliable gambling environment, reinforcing the consumers trust on the safety of their bets and the knowledge of a sector committed to quality products and with respect for their customers..
O Observatório do Jogo Remoto agrega informação, transparente e credível, sobre os operadores licenciados nas diversas jurisdições da União Europeia, monitorizando as suas políticas de jogo responsável através de requisitos reconhecidos internacionalmente e validados cientificamente.
Através das dimensões de análise e indicadores que compõem aqueles requisitos, o Observatório permite efectuar uma avaliação, independente e rigorosa dos operadores, no que respeita às suas políticas de segurança e protecção dos consumidores nas mais variadas vertentes.
Num caminho para uma regulação europeia do mercado do jogo, a transparência e o rigor da informação prestada ao público no que concerne ao jogo responsável, representa um claro contributo dos operadores licenciados para um ambiente de jogo credível, reforçando a confiança dos consumidores na segurança das suas apostas e no conhecimento de um sector comprometido com a qualidade dos seus produtos e com o respeito pelos seus clientes.
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