PORTUGAL: Combate à fraude origina “big brother” nos casinos

24/11/2007 by admin in Memórias de Jogo No Comments

Operadores e Casinos de Portugal

24/11/07 PORTUGAL: Combate à fraude origina “big brother” nos casinos

Jogadores deverão ser identificados em todas as trocas de fichas

As medidas previstas pelo Governo para combater o branqueamento de capitais nos casinos levarão ao controlo permanente das transacções de fichas dos jogadores, mesmo as de baixo valor. A esta verificação sistemática somar-se-á a identificação dos clientes à entrada de todas as salas de jogo.

O Conselho de Ministros anunciou, anteontem, uma proposta que prevê que os clientes de casinos que troquem fichas de valor igual ou superior a dois mil euros passem a ser identificados. Mas a proposta não é totalmente clara quanto ao momento da identificação dá-se apenas quando há uma única operação de troca, no valor de dois mil euros, ou é contabilizado o acumulado pelo jogador numa partida, já que os clientes dos casinos podem optar por jogar com verbas mais pequenas?

Em resposta ao JN, fonte oficial do Ministério das Finanças explicou que “se não se controlar o acumulado”, o espírito da directiva europeia que é transposta com a proposta do Governo “deixa, de certa forma, de ter conteúdo”. Se esta orientação for seguida na proposta que for levada à Assembleia da República, a medida implicará que os jogadores tenham de ser identificados em todas as trocas de fichas que fizerem, caso contrário o casino não saberá em que altura o jogador acumulou transacções de dois mil euros.

É esta a interpretação do presidente do Sindicato dos Profissionais de Banca dos Casinos, João Teixeira, que admite que a proposta do Governo levará à constante verificação da identidade dos clientes. “Implicará a apresentação do Bilhete de Identidade em todos em todos os momentos de trocas de ficha, durante uma partida”, adiantou, ao JN, estimando que serão necessários mais funcionários para lidar com o acréscimo de trabalho.

E, apesar de considerar necessário o esforço de combate ao branqueamento de capitais, João Teixeira entende que esta prática será pouco viável nos casinos. “Como não se passam facturas dos prémios que se ganham, dificilmente alguém que queira branquear rendimentos ilícitos poderá alegar que ganhou o dinheiro no jogo, já que não tem forma de prová-lo”, sustenta.

Apesar de tudo, o presidente elogia também a outra intenção do Governo a identificação de todos os clientes à entrada de qualquer sala de jogo. “É a medida mais importante, dá mais garantias de segurança”, afirma.

Fonte: Jornal de Noticias

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