Nos últimos anos, o negócio dos casinos tem sido mais de azar do que de sorte. Desde 2007, os concessionários já perderam 60 milhões de euros. E, no ano passado, as receitas recuaram 18,7 milhões de euros para 325,8 milhões. A concorrência do jogo online, que esta semana ganhou novo fôlego com o caso da Bwin, e a crise económica são os principais motivos. E, no meio das queixas, há um denominador comum: a acção do Governo.
De acordo com a Associação Portuguesa de Casinos (APC), o sector mantém a tendência de abrandamento registada desde 2008 – o último ano de subida das receitas. Os dados do ano passado revelam uma retracção de 5,4%, aumentando para 60 milhões de euros as perdas acumuladas desde 2007, o que representa uma queda de 15,3%. Só em 2011, os casinos encaixaram menos 18,7 milhões.
Foi nas máquinas de apostas que se registou a maior redução, já que os ganhos passaram de 286,6 para 269,7 milhões de euros – o que significou uma quebra de 5,9%. Mas também se verificou uma retracção nos jogos bancados, na ordem de 2,7%, tendo as receitas alcançado pouco mais de 54,5 milhões. O bingo, que existe apenas no casino de Espinho, também sofreu um abrandamento de 16,8%.
A APC considera que esta tendência está relacionada com o facto de a actividade “estar ao abandono por parte da tutela”, nomeadamente no que diz respeito à concorrência do jogo online. Os concessionários reclamam, desde há vários anos, que o Governo tome decisões sobre esta matéria, mas o tema tem vindo a ser adiado.
O caso da Bwin, que foi condenada judicialmente a suspender a actividade e a publicidade em Portugal, fez regressar o tema à actualidade. No entanto, a Secretaria de Estado do Turismo não respondeu ao PÚBLICO se já foram tomadas decisões quanto à legalidade das empresas de apostas virtuais ou sobre a criação de uma lei que regulamente esta actividade.
“Por falta de acção do Governo, temos assistido a um crescimento cada vez maior do jogo online, sendo que esse negócio continua a ser vedado aos concessionários de casinos”, afirmou Artur Mateus, da direcção da APC. A associação sublinha ainda como obstáculo o facto de ter sido fixado um tecto máximo para os casinos deduzirem as despesas com investimento, o que fez com que as empresas “deixassem de investir e não recuperassem”.
Os concessionários acreditam que a queda de receitas vai manter-se em 2012 e até poderá intensificar-se, caso se confirme a intenção do Governo de rever a lei do tabaco, restringindo ainda mais os espaços para fumadores. “Os casinos já são obrigados a ter quotas de espaços para não-fumadores, mas as máquinas colocadas nessas zonas geram 10% das receitas. Se a legislação for mudada, podemos sofrer quebras de 30%, como aconteceu em Espanha”, alertou a APC, garantindo que, se esta revisão avançar, “os quadros de pessoal vão ter de ser revistos e vão perder-se mais postos de trabalho”.
Fonte: Público
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REGULAÇÃO
Em boa hora enviámos para a Comissão Europeia o entendimento que norteia o nosso trabalho desde 2004
Entendemos que devem ser elaborados estudos em prestigiadas universidades, em cooperação com operadores e reguladores, recorrendo às bases de registos dos jogos na internet para estudar com precisão os comportamentos e os hábitos dos jogadores. Os resultados destes estudos podem proporcionar uma base empírica à comunidade científica internacional na área da investigação em comportamentos de dependência
Entendemos que devem ser lançadas campanhas maciças de educação, através de diversos canais de comunicação, com o objectivo de chegar efectivamente a toda a população, de maneira que esta possa perceber que existe uma verdadeira politica europeia em relação ao jogo e que as condições para um exercício responsável da actividade estão dadas
Sublinhamos a necessidade de criar observatórios do jogo que alertem e informem os consumidores sobre as práticas de cada operador. Estes observatórios poderão ser um incentivo para a implementação de boas práticas nos seus sítios de jogo online. A diferenciação positiva. A transparência dos operadores poderá traduzir-se num capital de confiança junto dos jogadores.
Entendemos que deverão ser criadas redes de assistência para jogadores compulsivos, começando pelos centros que já estão a trabalhar no tratamento das adições. Esses centros deverão funcionar sobre uma plataforma tecnológica adequada que permita o intercâmbio de experiências, a actualização de conhecimentos e a colaboração mútua.
DESDE 2004
EDUCAÇÃO/PREVENÇÃO
O programa Jogo Responsável deverá contribuir para assegurar a protecção dos indivíduos, e da sociedade em geral, das consequências negativas do jogo e apostas a dinheiro e simultaneamente proteger o direito de quem pretende jogar.
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