Entre Janeiro e Maio os apostadores aplicaram 243,6 milhões neste jogo, uma subida de 84%.
Durante os cinco primeiros meses deste ano, a lotaria instantânea, mais conhecida por “raspadinha”, já rendeu mais receitas à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) do que em todo o ano de 2011.
Entre Janeiro e Maio de 2013, de acordo com os dados disponibilizados ao PÚBLICO pela SCML, a apetência dos apostadores pela “raspadinha” gerou 243,6 milhões de euros em receitas brutas, uma subida de cerca de 84% face a idêntico período de 2012.
O crescimento faz com que este jogo tenha já um peso de 33,7% no total das receitas arrecadadas nos primeiros cinco meses do ano, algo que nunca tinha acontecido. É, aliás, a “raspadinha” (único jogo da SCML com resultado imediato no acto de aposta) que tem impulsionado o crescimento dos jogos sociais. Em 2012, a “raspadinha” subiu 81,7%, chegando aos 376,5 milhões (22% do total).
De acordo com Fernando Paes Afonso, administrador executivo do Departamento de Jogos e vice-provedor, o crescimento da “raspadinha” tem por base dois factores. Por um lado, a “efectiva canalização do jogo ilegal” como as rifas, para o jogo legal, “em que os novos jogos da lotaria instantânea se têm mostrado particularmente eficazes”, referindo-se ao Pé-de-meia e Mini pé-de-meia, que atribuem prémios mensais ao longo de vários anos.
Por outro lado, Paes Afonso refere que se verifica a “substituição de despesa de jogo dos apostadores de outros tipos de jogo legal”, em parte “decorrente da degradação do rendimento disponível”.
A mais recente iniciativa para manter a dinamização da “raspadinha” passa pela sua disponibilização online, no portal de jogos, algo que não acontecia até aqui. Curiosamente, aquela que é a segunda maior fonte de receitas, após o Euromilhões, e com um peso cada vez maior, esteve quase para acabar pouco tempo após ter sido criada. Lançada no Verão de 1995, sob forte contestação por parte dos casinos, a “raspadinha” conheceu um sucesso estrondoso pelo efeito novidade, mas que depressa esmoreceu. Nos primeiros cinco meses, venderam-se 21 milhões de contos em “raspadinhas”. Em 1997, o valor caiu para apenas 14 milhões de contos (cerca de 94 milhões de euros, a valores de hoje).
Nesse ano, a então provedora da SCML, Maria do Carmo Romão, ponderou a sua extinção, mas acabou por avançar com outra estratégia: a ligação do jogo à SIC, através do programa Roda da Sorte, que prometia um prémio expressivo e originou a sua recuperação.
Hoje, e tendo em conta os dados de Janeiro a Maio (os últimos disponíveis) a “raspadinha” e o Euromilhões representam a esmagadora maioria das receitas da SCML. Juntos, têm um peso de 86% no total, uma concentração cada vez mais acentuada. A liderança continua a ser do Euromilhões, responsável por 377 milhões de euros. Já o Totoloto, que até ao aparecimento do Euromilhões era a grande estrela dos jogos sociais, está actualmente na terceira posição, mas longe da “raspadinha”, com apenas 53 milhões de euros de receitas nos primeiros cinco meses do ano.
Segue-se a Lotaria, com 29,4 milhões de euros, e o Joker, com 17,4 milhões. Em último lugar está o Totobola. Criado em 1961, arrecadou apenas 4,2 milhões de euros no período em análise, e o seu futuro não é muito promissor, até porque a SCML está a preparar um novo jogo ligado às apostas desportivas (ver texto ao lado).
Ao todo, as receitas brutas da SCML entre Janeiro e Maio chegaram aos 724,5 milhões de euros, o que representa um crescimento de 13,6% face aos mesmos meses de 2012. No mesmo período, segundo a SCML, os resultados líquidos a distribuir aos beneficiários cresceram 16,9%, para os 226,1 milhões.
E esta não é uma comparação qualquer, já que o ano passado ficou para a história da instituição como aquele em que obteve as maiores receitas de sempre, chegando aos 1729 milhões de euros. O resultado líquido foi de 534,4 milhões.
Em 2012, o valor dos prémios que ficaram por levantar e caducaram em 2012 atingiu os 13,9 milhões de euros (menos 1,2 milhões do que em 2011). Ao todo, foram distribuídos 945,7 milhões em prémios aos apostadores. Para Paes Afonso, a diminuição dos prémios caducados no ano passado é “um óptimo sinal para a sustentabilidade dos jogos sociais”, justificando esta tendência com a “maior facilidade de verificação de direito ao prémio” por parte dos apostadores.
Fonte: Público
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