O advogado de uma operadora de jogo das Filipinas envolveu o patrão do grupo Sun City, Alvin Chau, na operação de branqueamento do dinheiro roubado no início de Fevereiro ao Banco Central do Bangladesh. Contas pertencentes a Chau e um outro promotor de jogo do território, Chang Lai Fong, terão recebido quase 22 dos 81 milhões de dólares desviados por hackers chineses.
Uma parte não especificada dos 81 milhões de dólares sonegados ao Banco do Bangladesh e branqueados por bancos e casinos das Filipinas foi parar aos cofres da direcção de coordenação de jogos do arquipélago e ao bolso de dois promotores de jogo de Macau, avançou ontem o portal noticioso InterAksyon.
A revelação foi ontem feita no âmbito de uma audição conduzida pelo chamado “Blue Ribbon Commitee”, a comissão do Senado filipino responsável pela investigação de irregularidades cometidas pelo Governo ou por agências associadas à administração pública. Katrina Nepomuceno, conselheira jurídica de uma dos casinos envolvidos – o Midas Hotel and Casino – revelou que a Philippine Amusement and Gaming Corporation (PAGCOR) – a entidade reguladora do jogo no arquipélago – já encaixou parte do dinheiro desviado do banco central do Bangladesh, no âmbito de pagamentos de rotina efectuados pelos casinos que operam no pais.
No início de Fevereiro, piratas informáticos chineses retiraram 81 milhões de dólares de uma conta da Reserva Federal norte-americana pertencente ao Banco Central do Bangladesh. O dinheiro foi desviado para contas num banco filipino, o Rizal Commercial Banking Corporation, antes de ser enviado, através de um agência de transferência de dinheiro – a PhilRem, para um grupo de junkets. Do capital roubado, cerca de 11,5 milhões de dólares foram parar ao Midas Hotel, onde foram convertidos em chips e posteriormente apostados.
Durante a audição promovida pelo Senado filipino, o advogado de uma das maiores operadoras de jogo das Filipinas – a Bloomberry Resorts – adiantou que cerca de 29,5 milhões de dólares terão sido transferidos pela PhilRem para as contas de dois promotores de jogo de Macau no Solaire Resort and Casino Manila. Silverio Benny Tan, o representante legal da Bloomberry Resorts, identificou os junkets como sendo Alvin Chau Cheok Wa, patrão do grupo Sun City, e Chang Lai Fong, representante autorizado da empresa Goldmoon junto da Bloomberry Resorts and Hotels Incorporated.
De acordo com Tan, para a conta de Alvin Chau no Solaire Resort and Casino terão sido enviados cerca de 19,5 milhões de dólares norte-americanos, ao passo que Chang Lai Fong terá recebido 2,157 milhões. O advogado do grupo Bloomberry Resorts revelou ainda que os responsáveis pelo Solaire congelaram por mote próprio 2,2 milhões de dólares e estão à espera de uma ordem do tribunal para devolver o dinheiro.
Bam Aquino, o senador que conduziu a audição, quis saber o que aconteceu com a quantia remanescente, mas a resposta do representante legal da Bloomberry foi pouco conclusiva: “Como explicamos no relatório que fornecemos a este comité, o dinheiro foi usado para adquirir fichas de jogo não negociáveis, que foram depois distribuídas pelos dois promotores de jogo: 903 milhões de pesos foram para o operador A e 100 milhões de pesos para o operador B”, explicou Silverio Benny Tan.
Apesar das explicações do advogado, Aquino não se mostrou convencido e lembrou que o paradeiro de mais de 200 milhões de pesos (mais de quatro milhões de dólares) continua por identificar. Tan acabou revelar que o montante terá sido apostado: “Foram apostados 361 milhões de pesos ao abrigo do nosso programa premium. Os apostadores apuraram 278,6 milhões de pesos, que acabaram por trocar por dinheiro. Eles perderam, grosso modo, cerca de 80 milhões de pesos”, admitiu o causídico.
O PONTO FINAL tentou, sem sucesso, obter reacções junto do grupo Sun City, a promotora de jogo dirigida por Alvin Chau: “Volte a contactar-nos durante a hora de expediente”, foi a resposta da operadora junket.
Fonte: Ponto Final
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