A Polícia Judiciária de Macau revelou hoje que os inquéritos e denúncias relacionados com o jogo aumentaram 38% em 2015, destacando a “subida notável” de casos de “sequestro resultante de agiotagem” dentro dos casinos.
Os casos relacionados com o jogo tratados pela PJ de Macau em 2015 ascenderam a 1.553, segundo os dados revelados pelo diretor da Polícia Judiciária, Chan Wai Kuong, numa conferência de imprensa.
Dentro desses, os casos de “sequestro resultante de agiotagem para jogo” passaram de 65 em 2014 para 366 no ano passado, enquanto os de “agiotagem para jogo” aumentaram de 204 para 318 no mesmo período.
Em 2015, a PJ deteve e apresentou ao Ministério Público 1.737 pessoas por envolvimento em crimes relacionados com o setor do jogo, 996 das quais por agiotagem.
A polícia sublinha que a maioria dos casos ocorreu dentro dos espaços de jogo, “o que demonstra que este tipo de crime não afetou a segurança fora dos casinos”.
No balanço das suas atividades de 2015, a PJ realça que, por contraponto ao setor do jogo, diminuíram os crimes graves como a extorsão (menos 15,6%) e houve apenas um homicídio (tal como em 2014).
Também diminuíram, segundo a PJ, os “crimes diretamente relacionados com a vida quotidiana” (como furtos ou roubos por esticão), os crimes relacionados com as drogas e as burlas (menos 13,8%).
Os crimes informáticos mantiveram os números de 2014 (cerca de 600).
Em 2014, os crimes ligados ao jogo em Macau (que é o maior centro de jogo do mundo) já haviam aumentado 16,3%.
Chan Wai Kuong realçou hoje que “as mudanças” no jogo (setor que regista quebras de receitas consecutivas desde junho de 2014) levaram a PJ a aumentar a sua “atenção” a esta área, nomeadamente, com o reforço de pessoal destinado a trabalhos de fiscalização e investigação. Sublinhou ainda a “relação íntima” com os seguranças dos casinos, que tem permitido a troca rápida de informações e uma “ação imediata” por parte da PJ.
Ainda assim, apontou a necessidade de aumentar ainda mais os recursos humanos, de forma a haver investigadores a trabalhar 24 horas por dia ou o destacamento de mais pessoal para o posto Flor de Lótus, de modo a “facilitar as ações na área do Cotai”, a ‘strip’ de casinos de Macau.
Segundo revelou, a PJ de Macau tem neste momento 735 agentes de investigação e outros 82 estão a frequentar o curso de formação. O objetivo é aumentar o pessoal até aos 900 agentes.
A 02 de dezembro último, o Governo de Macau já havia revelado que a criminalidade no território relacionada com o jogo havia aumentado 33,6%% entre janeiro e setembro, assegurando na altura que não há relação com a queda das receitas dos casinos ou maior insegurança na cidade, por serem casos que, na sua maioria, ficam confinados ao interior dos casinos.
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