Hermínio Loureiro quer acabar com monopólio da Santa Casa.
Hermínio Loureiro, presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), manifestou-se ontem a favor da regulamentação das apostas on-line, considerando que abrem “uma janela de oportunidade para aumentar as receitas fiscais”. “O Estado não arrecada um cêntimo com este mercado, mas ele existe”, observou./box]
À margem de uma conferência, em Lisboa, para discussão do regime jurídico das apostas on-line no futebol, organizada pela Liga, Hermínio Loureiro afirmou que o actual “monopólio” não se pode manter: “A Santa Casa da Misericórdia poderá ganhar no futuro com a regulamentação das apostas on-line.”
O líder da Liga lembrou ainda que a regulamentação do mercado de apostas vai “aumentar” o rendimento dos clubes. “Vêem os seus nomes e activos serem utilizados sem receber qualquer receita e vão perdendo competitividade com outras equipas europeias”, frisou, dando o exemplo do Real Madrid, patrocinado pela casa de apostas Bwin.
Sobre os recentes escândalos nos túneis, mostrou confiança nos órgãos de disciplina e arbitragem da Liga e realçou a sua independência.
Quanto à sua sucessão, Hermínio Loureiro [não se recandidata] adiantou que a Liga “é hoje uma instituição apetecível” e que “não vão faltar candidatos” à presidência. “Ao contrário do que se tem dito, Portugal tem excelentes dirigentes desportivos”, concluiu.
“O JOGO ON-LINE É UM PERIGO”
José Pedro Pinto, porta-voz da Santa Casa, mostrou-se ontem surpreendido com as declarações do presidente da Liga, sustentando que a Santa Casa não pode legislar. “O dr. Hermínio Loureiro foi deputado durante quatro anos e deixou de o ser há três meses e só agora é que se lembrou de falar na regulamentação das apostas?”
Em declarações ao CM, José Pedro Pinto lembrou ainda que, segundo um acórdão do Tribunal das Comunidades Europeias, de Setembro de 2009, o jogo on-line é um perigo para a saúde pública, devido à capacidade de criar dependência e, como tal, a Santa Casa opõe-se a esta prática.
APONTAMENTOS
LAURENTINO APOIA
O secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, defendeu mudanças “responsáveis e ponderadas” no modelo de apostas on-line. “Que não sejam mais uma fonte de devaneios”, observou.
QUEIROZ REPROVADO
Loureiro não quis comentar o incidente entre Carlos Queiroz e o comentador Jorge Baptista, mas fez questão de reprovar “qualquer situação de violência”.
Fonte: Correio da Manhã
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REGULAÇÃO
Em boa hora enviámos para a Comissão Europeia o entendimento que norteia o nosso trabalho desde 2004
Entendemos que devem ser elaborados estudos em prestigiadas universidades, em cooperação com operadores e reguladores, recorrendo às bases de registos dos jogos na internet para estudar com precisão os comportamentos e os hábitos dos jogadores. Os resultados destes estudos podem proporcionar uma base empírica à comunidade científica internacional na área da investigação em comportamentos de dependência
Entendemos que devem ser lançadas campanhas maciças de educação, através de diversos canais de comunicação, com o objectivo de chegar efectivamente a toda a população, de maneira que esta possa perceber que existe uma verdadeira politica europeia em relação ao jogo e que as condições para um exercício responsável da actividade estão dadas
Sublinhamos a necessidade de criar observatórios do jogo que alertem e informem os consumidores sobre as práticas de cada operador. Estes observatórios poderão ser um incentivo para a implementação de boas práticas nos seus sítios de jogo online. A diferenciação positiva. A transparência dos operadores poderá traduzir-se num capital de confiança junto dos jogadores.
Entendemos que deverão ser criadas redes de assistência para jogadores compulsivos, começando pelos centros que já estão a trabalhar no tratamento das adições. Esses centros deverão funcionar sobre uma plataforma tecnológica adequada que permita o intercâmbio de experiências, a actualização de conhecimentos e a colaboração mútua.
Problema de saúde pública
DESDE 2004
EDUCAÇÃO/PREVENÇÃO
O programa Jogo Responsável deverá contribuir para assegurar a protecção dos indivíduos, e da sociedade em geral, das consequências negativas do jogo e apostas a dinheiro e simultaneamente proteger o direito de quem pretende jogar.
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