Tróia abre casino após as 12 badaladas para 2011, que se prevê outro ano de quebra no sector.
O espetáculo do dinheiro a tilintar vai marcar a passagem de ano em Troia. É lá que vai abrir o novo casino da Amorim Turismo, logo após soarem as 12 badaladas para 2011.
“Fazemos votos para entrar com o pé direito”, refere Jorge Armindo, presidente da Amorim Turismo, que prevê €10 milhões de receitas no primeiro ano de operação. Armindo reconhece, no entanto, que se trata de um destino que ainda se está a construir. “Toda esta costa alentejana tem um grande futuro, estou crente que vai ter um grande desenvolvimento nos próximos 20 anos”.
Adiada no casino de Troia ficou a abertura da zona VIP, dedicada a jogadores que fazem apostas mínimas de €100 mil numa noite. “Devemos aprender a andar antes de voar, a operação deve ser faseada”, frisa Jorge Calado, diretor do casino de Troia, prevendo que nos próximos dois a três anos esta zona privativa de ‘jogo alto’ possa estar a funcionar. “Estamos a falar de clientes com grandes exigências, que estão habituados a ir a Las Vegas ou Macau”. Jorge Calado acredita que, a prazo, a zona VIP poderá assumir um peso expressivo. “Não somos um casino de massas, mas de nicho. Estamos mais virados para os melhores clientes”.
O casino de Troia será o 11º em Portugal e vai abrir num ano em que o sector prevê mais quebras, com os cortes orçamentais anunciados pelo Governo. O negócio dos casinos está a diminuir desde 2008, tendo sofrido a maior ‘maré de azar’ em 2009, ano em que caiu 10,4%. A quebra atenuou-se em 2010, variando de casino para casino, prevendo o sector fechar o ano com receitas globais de €344,5 milhões.
No caso da Estoril-Sol, a estrela é o casino de Lisboa, “o que melhor respondeu à crise” com subidas de 2,5% – apesar das restrições de segurança com a Cimeira da NATO terem afugentado dali a clientela, resultando numa queda de receitas avaliada em €500 mil. “Foi o nosso contributo para a Cimeira da NATO”, graceja Mário Assis Ferreira, presidente da Estoril-Sol.
Já o Casino do Estoril é o que apresenta “valores mais preocupantes”, com as receitas a cair mais de 9%. “Para contrariar a tendência, efetuámos em 2010 uma completa remodelação das salas de máquinas automáticas e um significativo investimento em novos modelos de slot machines de última geração”, adianta Assis Ferreira.
A Solverde, após investir €20 milhões nos seus cinco casinos, prevê este ano um crescimento de 4% nos negócios, para €108 milhões, suportado pela subida recorde nas receitas em Espinho, onde está metade do jogo do grupo. “Chaves também está a crescer, como seria de esperar de um casino novo, mas o Algarve sofre, em especial Vilamoura, mais dependente do turismo”, refere o presidente do grupo, Manuel Violas.
Para o empresário, o negócio ressente-se da crise, mas também da concorrência do casino de Lisboa. “A zona de jogo de Lisboa duplicou receitas em três anos, apesar da quebra no Estoril”, afirma. A Solverde continua “à espera da compensação devida pelo privilégio dado a outro concessionário em Lisboa, uma zona de jogo que não estava prevista na lei”, e apesar de já não insistir na autorização para ter um casino no Porto, exige “uma solução”. O alargamento dos prazos das concessões é uma das hipóteses.
Mais do que os grandes jogadores do passado, os casinos procuram agora conquistar novos clientes e multiplicar o número de jogadores. “Se cada um joga menos individualmente, temos de ter mais gente, oferecer o melhor serviço e convencer as pessoas a vir ao casino como vão ao cinema ou ao café”, refere Manuel Violas, que recebe em Espinho uma média de 2.500 pessoas por dia.
Após vinte anos de aumentos sucessivos nas receitas, a quebra dos últimos anos está a obrigar os casinos a diversificar a oferta. Em Espinho, a Solverde vai oferecer danças de salão e comédia a partir de janeiro. Em Chaves, onde o grupo quer ter uma quota de 20% de clientes espanhóis, haverá artistas convidados aos fins de semana e atividades temáticas, centradas na cultura local.
O casino da Figueira da Foz, o mais antigo da Península Ibérica, também está empenhado em mostrar que “há vida no casino para além do jogo”, como adianta o administrador, Domingos Silva. O casino está a trabalhar mais com artistas portugueses, em lançamentos de livros ou a organizar tertúlias.
A moda do poker para jovens
Em Lisboa, destacam-se os espetáculos no Auditório dos Oceanos e no Estoril os espetáculos diários, as galas, exposições ou o ciclo de Grandes Concertos do Casino. Os restaurantes são outra das apostas da Estoril-Sol, que inaugurou em junho de 2009 o “Egoísta” no Casino da Póvoa.
As slot machines continuam a dominar o negócio do jogo em mais de 80%, mas há novidades, como o poker, a atrair muitos jovens aos casinos. Para aproveitar o potencial “da nova moda, num ano que será difícil”, o casino da Figueira vai ter um torneio mensal, um torneio ibérico trimestral e campeonatos universitários de poker em 2011.
Apesar de não ser um jogo de casino, a Solverde aderiu à nova tendência que “está a apaixonar os jovens”. “Em Espinho, fazemos torneios quase mensalmente e, no Algarve, vamos ter uma prova do tour europeu de poker, que movimenta muitos estrangeiros”, refere Manuel Violas. Também o Casino Estoril está a apostar nos torneios de poker, com um novo programa para 2011.
Uma das mais acesas batalhas que agita o sector é a “concorrência desleal” do jogo on-line, tendo em conta a “gravosa carga tributária que incide sobre os casinos”, conforme frisa Mário Assis Ferreira. O presidente da Estoril-Sol lembra que os casinos são “a maior fonte de financiamento do Turismo de Portugal” devido à receita tributária gerada pela exploração do jogo (que atinge 62% das receitas brutas nas concessões de Lisboa/Estoril, Póvoa de Varzim e Espinho, mas só irá pesar 15% no caso de Troia).
“Uma eventual legalização do jogo on-line iria resultar num desastroso desvio de verbas significativas afetas ao financiamento do turismo”, sustenta Assis Ferreira. E adverte que aqui quem mais perde é o Estado, ao arrecadar menos receitas fiscais.
Fonte: Expresso
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REGULAÇÃO
Em boa hora enviámos para a Comissão Europeia o entendimento que norteia o nosso trabalho desde 2004
Entendemos que devem ser elaborados estudos em prestigiadas universidades, em cooperação com operadores e reguladores, recorrendo às bases de registos dos jogos na internet para estudar com precisão os comportamentos e os hábitos dos jogadores. Os resultados destes estudos podem proporcionar uma base empírica à comunidade científica internacional na área da investigação em comportamentos de dependência
Entendemos que devem ser lançadas campanhas maciças de educação, através de diversos canais de comunicação, com o objectivo de chegar efectivamente a toda a população, de maneira que esta possa perceber que existe uma verdadeira politica europeia em relação ao jogo e que as condições para um exercício responsável da actividade estão dadas
Sublinhamos a necessidade de criar observatórios do jogo que alertem e informem os consumidores sobre as práticas de cada operador. Estes observatórios poderão ser um incentivo para a implementação de boas práticas nos seus sítios de jogo online. A diferenciação positiva. A transparência dos operadores poderá traduzir-se num capital de confiança junto dos jogadores.
Entendemos que deverão ser criadas redes de assistência para jogadores compulsivos, começando pelos centros que já estão a trabalhar no tratamento das adições. Esses centros deverão funcionar sobre uma plataforma tecnológica adequada que permita o intercâmbio de experiências, a actualização de conhecimentos e a colaboração mútua.
Problema de saúde pública
DESDE 2004
EDUCAÇÃO/PREVENÇÃO
O programa Jogo Responsável deverá contribuir para assegurar a protecção dos indivíduos, e da sociedade em geral, das consequências negativas do jogo e apostas a dinheiro e simultaneamente proteger o direito de quem pretende jogar.
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