ESPANHA: Os bares esperam que o Governo dê luz verde à instalação de máquinas de apostas antes de Maio

29/01/2015 by admin in Apostas Desportivas, Espanha, Imprensa de Espanha, Imprensa Internacional, Notícias, Regulamentação No Comments

A DGA prevê convocar a comissão aragonesa do jogo durante o mês de Fevereiro. Se houver êxito, haverão 1.000 máquinas de apostas nos bares da Comunidade.

Depois de três anos de debate e mais um de espera quando já se dava por assumido, os representantes dos bares aragoneses esperam que 2015 seja, “por fim” o ano em que se possa começar a encontrar máquinas de apostas desportivas em locais da Comunidade. Uma possibilidade defendida pelos hoteleiros para melhorar a sua oferta mas que é duramente criticada pelas associações contra a ludopatia, que entendem que um bar “nunca vai poder oferecer as mesmas medidas de controlo” que uma sala de jogo ou um casino.

Os hoteleiros encaram esta medida como “um pequeno contributo” que poderia tornar mais atrativos os seus espaços, “sobretudo os mais pequenos”, segundo explica o presidente da Associação Cafés e Bares de Saragoça e Província, Pedro Giménez, que lamenta que se tenha entrado em 2015, sem nenhum avanço neste aspeto.

O debate sobre a instalação de máquinas de apostas desportivas nos bares, algo já aprovado em regiões como a basca, a galega ou a navarra, tem sido chutado desde 2011, quando Aragão adotou uma regulação própria no âmbito das apostas desportivas. Depois de meses de negociações entre setores e atores envolvidos, a implantação destas máquinas que serão similares às que se podem encontrar nos “quiosques” de apostas, foi impulsionada para que entrasse em vigor no começo do ano passado. No entanto, em Dezembro de 2013 uma alteração de última hora também promovida pelos grupos do Governo (PP e PAR) no Parlamento atrasou a sua concretização, dando um ano de prazo para conseguir um maior consenso.

“Durante o verão tivemos uma reunião com a Direção Geral do Interior em que nos foi assegurado que na primeira quinzena de janeiro a situação estaria praticamente resolvida”, assinala Giménez, que reitera que a instalação destas máquinas “ tal como estavam reguladas, não representavam nenhum dano.

Haverá 1000 máquinas nos bares aragoneses

Segundo explicam desde o Departamento de Política Territorial e Interior, o Governo tem intenção de convocar ao longo deste mês de fevereiro à comissão aragonesa do jogo, órgão formado por associações de empresários de salões de jogos, bingos, restauração e organizações de ajuda contra a ludopatia, para que se concretize o acordo sobre o quadro definitivo da regulação desses dispositivos.

Em principio, segundo o projeto de Lei, poderão instalar-se 1000 máquinas deste tipo nos bares de toda a região (menos das 1500 que se estimaram no principio), ficando excluídos os estabelecimentos que se encontrem em estações, aeroportos, mercados e centros comerciais, se estes não estão fechados ou afastados da via do público. Além disso, também não podem ser instaladas em estabelecimentos que ocupem parte de uma via pública ou em terraços.

Por outro lado, as apostas realizadas nos bares estarão limitadas a um máximo de 20 euros por jogo, podendo-se cobrar em dinheiro os prémios que não superem os 200 euros.

Desde Azajer, a Associação Aragonesa de Jogadores de Azar em Reabilitação, que também participa na comissão de jogo, a chegada das máquinas de apostas aos bares supõe “uma abertura do jogo a espaços que não estão tão controlados como os casinos ou as salas de jogo”. “Fomenta-se o hábito em espaços onde não podem haver menores”, explica José Vicente Marin, diretor terapêutico da associação, que ademais critica que haja “certo esforço de coleta por parte da administração”, algo que o Governo nega aludindo que durante 2013 só recebeu 430.000 euros procedentes das apostas desportivas e que o uso destas máquinas estará ligado ao registo da Dirección General de Ordenación del Juego, a qual solicita o número de identidade para se poder apostar e evitar tanto a participação de menores como a das pessoas que tenham problemas relatados de ludopatia.

Fonte: Heraldo